Jorge Ben
- Emanuelle Oliveira
- 20 de abr.
- 2 min de leitura

Eu só queria me sentir bem em ser quem eu sou.
Mas, se ao menos eu soubesse de quem se trata esse tal “ser”, talvez se tornasse mais fácil ser quem eu nasci pra ser.
A engenharia que produz esse ser — que sou e não sei — é complexa. Envolve uma alma antiga, signos de ar e terra, que, sem fogo, se mostram pouco produtivos. Uma alma velha na numerologia e alguém que precisa viver conforme sua essência segundo o tarô.
Risos.
Pois essa menina mulher da pele preta e olhos castanhos, não consegue dormir. Sua pele parece pesada demais. E nem o seu sorriso branco têm a malícia suficiente.
Será que, um dia, estarei desperta ao ponto de conseguir me libertar de pensar tanto e a todo dia e toda hora?
Será que, com os anos, ganho a malícia suficiente e consigo pensar um pouco mais em mim?
E quase aos 33, o telefone tocou de novo. E não era o meu amor...Que pena!

Essa menina mulher da pele preta, não está me deixando dormir sossegado... oba lá vem ela! Ou melhor, um brinde a ela. Pois talvez me falte boêmia pra levar a vida com mais leveza. Ou talvez ela pudesse pelo menos tentar ser menos desagradável com suas pegadinhas.
Eu sei, eu sei, não deveria ter conflitos com a vida. A final de contas, não tenho controle sobre ela. É como segurar um copo de cerveja entre os dentes, caótico e pouco promissor.
Três e cinquenta e tantas da madruga, meu raciocínio é interrompido por uma cantora brasileira que insiste em fazer a gringa e se comunicar inglês:
They tried to make me go to rehab
But I said: No, no, no
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know, know, know
I ain't got the time
Eh Amy¹ ia te pedir pra voltar e me ensinar a lidar com o plano terrestre. Mas pelo visto nem você sabia.
¹ Amy Winehouse ² E os pensamentos intrusivos originados no meio de um role venceram.
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