Retomar
- Emanuelle Oliveira
- 30 de dez. de 2024
- 2 min de leitura

É curioso como a vida tem seus ciclos, seus altos e baixos, e como o ato de recomeçar é, de certa forma, um velho conhecido que insiste em bater à nossa porta.
Em alguns momentos pra se seguir em frente, é necessário voltar atrás.
Retomar não é só recomeçar. É um ato de coragem. É revisitar caminhos antigos com um novo olhar, aceitando que nem tudo foi perdido.
Mas nem sempre retomar é sobre coisas grandiosas. Às vezes, é um gesto simples: voltar à prática de escrever depois de meses de bloqueio criativo, reencontrar o prazer em preparar uma refeição caseira, ou até mesmo retomar o hábito de caminhar sem rumo, apenas para sentir o vento no rosto. Esses pequenos atos nos lembram que a vida não é feita só de grandes reviravoltas, mas de momentos cotidianos que se acumulam e nos moldam.
Hoje, ao pensar em retomar, penso também no tempo. Há algo de misterioso na relação entre o passado e o presente. Retomar não é apagar o que ficou para trás, mas ressignificar. Como um rio que muda de curso, mas leva consigo as mesmas águas, somos o que fomos, mas também o que escolhemos ser daqui para frente.
Talvez o maior desafio de retomar seja aceitar que nem tudo será como antes.
Os caminhos podem ter mudado, as paisagens, transformado, e nós, inevitavelmente, também mudamos. Ainda assim, há algo de profundamente humano em querer resgatar o que foi bom e dar uma nova chance ao que ainda pode ser.
Que tal antes do ano acabar olhar para aquilo que você deixou para trás com mais carinho? Seja uma paixão, um projeto ou uma parte de você que ficou esquecida no meio do caminho.
Retomar pode não ser fácil, mas pode ser o primeiro passo para algo incrivelmente novo.
Beijos e até alguma segunda do ano que vem!
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